segunda-feira, 4 de março de 2013

Metodologia


 
Como prática espetacular, o Festival Folclórico de Parintins na sua plenitude artística, a Organização de seu conjunto folclórico, aparece como fenômeno cultural representante da vida cotidiana e imaginária do homem amazônida. Através dele podemos verificar a dimensionalidade fenomenológica da cultura local e sua conexão com o mundo por meio de um fator que age como ponto de socialização: a estética harmoniosa do conjunto folclórico. Seguindo o pensamento de Paes Loureiro, é da atitude atenta de observar aquilo que nos prende a atenção (o espetáculo) e da convivialidade de todos os que constituem o festival ao naturalismo da vida cabocla e sua socialização, que remeto o método fenomenológico para ser utilizado nesta pesquisa e mostrar a espetacularidade do conjunto folclórico no Boi de Parintins tal como ela é.

A espetacularidade do conjunto folclórico no Festival Folclórico de Parintins visa ser uma pesquisa no campo das artes que contribua significativamente para o avanço e desenvolvimento do conhecimento teórico a respeito das Artes do espetáculo, dos Estudos da Performance e das Danças folclóricas brasileiras. Do ponto de vista de sua finalidade maior, que é analisar tal espetacularidade folclórica, parte-se do princípio de que se tratará de uma pesquisa científica básica, pois o que se quer propiciar é uma evolução das informações teóricas acerca do tema.

Do ponto de vista de suas especificidades, tratar-se-á de uma pesquisa de cunho exploratório, pois irá procurar descobrir, pesquisar, analisar estudando a diversidade e imponência da espetacularidade do conjunto folclórico no Boi de Parintins; Irá se desenvolver a partir de uma exploração analítica do espetáculo. Para isso, faz-se necessário uma descrição densa dos elementos que constituem tal manifestação, de sua diversidade e importância. Logo, uma descrição minuciosa e crítica, expondo as características espetaculares e performáticas da organização do conjunto folclórico são indispensáveis para que também se trate de uma pesquisa de cunho descritivo. E para um melhor entendimento, torna-se profícuo o uso de um método que elucide e que torne inteligível, mais claro, essa espetacularidade como fenômeno cultural, fazendo com que esta pesquisa também seja de cunho explicativo, pois interpretará, explicará a espetacularidade presente no Boi de Parintins.

Tratar-se-á também de uma pesquisa qualitativa, pois irá se analisar as propriedades, os atributos, as condições dos elementos que constituem e distinguem a espetacularidade do conjunto folclórico, aspectos estes que lhes determinam sua natureza cultural.

O Festival Folclórico de Parintins, no Amazonas, realiza-se nas últimas noites de junho, encerrando a quadra junina parintinense. O espetáculo apresentado no Bumbódromo Amazonino Mendes é fruto de meses de dedicação, prazer e trabalho dos integrantes e torcedores da Associação Folclórica Boi Bumbá Caprichoso e da Associação Folclórica Boi Bumbá Garantido. Parintins, fazendo parte do arquipélago tupinambarana, torna-se uma das ilhas mais procuradas no mundo nessa época. Relatos sobre a festa dos bois rodam pelo mundo todo através dos noticiários, agências de turismo e mesmo estudos e pesquisas culturais. Um extenso registro desta manifestação espetacular já foi produzido, gerando até inúmeros trabalhos de cunho teórico-técnico-científicos.

Para esta pesquisa, terão grande importância as obras bibliográficas e documentos já existentes sobre tal Festival, especialmente acerca de sua espetacularidade, partindo assim de uma análise detalhada das referências, contornando e esmiuçando o assunto pesquisado, realizando-se uma pesquisa bibliográfica consistente; A pesquisa documental também será um dos procedimentos utilizados durante a realização do trabalho. Mas não somente bibliografias e documentos, artigos, periódicos, livros, fotos e vídeos deverão embasá-la; Pelo fato de o Boi de Parintins se tratar de uma manifestação espetacular que acontece num determinado espaço e num determinado tempo, faz-se necessário, para se dá maior comprovação aos fatos, de uma detalhada pesquisa de campo. Indo á campo, torna-se mais possível verificar e confirmar as afirmações acerca do assunto trabalhado ou confrontar as informações já obtidas anteriormente, chegando-se a uma nova conclusão e expondo um novo ponto de vista, além de se obter informações com os próprios elementos que compõem o estudo, fazendo-se um levantamento de dados que comprovem com veracidade o que a pesquisa quer esclarecer.

Para que este levantamento será utilizado variadas formas de coletas, como questionários, roteiros de entrevistas, aparelhos (câmera, gravador, etc.), diálogos reflexivos acerca do assunto e outros. As fontes da pesquisa serão obtidas por esses métodos e através do embasamento teórico em autores que dialoguem com as Artes do espetáculo, dos Estudos da Performance e da Cultura Amazônica, entre os quais cito Armindo Bião e sua vertente etnocenológica, Richard Schecnner e a Performance e, complementando, Paes Loureiro para o entendimento sobre a cultura dos povos amazônidas.

Por limitações entende-se que se trata da existência de desafios, mas superar os obstáculos significa vencer esses desafios. As limitações a serem enfrentadas por esta pesquisa devem-se, principalmente, ao espaço geográfico. Parintins é uma ilha localizada no rio Amazonas, no estado do Amazonas, limitando-se com o Pará, sendo que o município paraense mais próximo da ilha é Santarém, na outra extremidade de nosso estado em relação a nossa capital, Belém, onde o projeto da pesquisa está sendo desenvolvido. O meio de transporte mais utilizado na região é o fluvial, que chega a durar dias; Também se tem por opção o transporte aéreo que, geralmente, se dá até Manaus, capital amazonense, de onde, novamente, o meio fluvial é inevitável para se chegar a Parintins.

Outro limite que também vale ser ressaltado, indiscutivelmente, é o de ordem financeira, do qual sem este recurso a pesquisa de campo poderá não ser realizada, sendo ele de extrema importância para passagens, alojamento, mantimentos, entradas no bumbódromo, etc. O tempo disponível também tende a ser um fator de impedimento, pois o Festival ocorre apenas uma vez por ano, lembrando que o resultado da pesquisa já deve ser apresentado em dois anos, dois anos e meio no máximo. Estas são as maiores limitações, de ordem externa e pessoal, que a pesquisa enfrentará. Com o intuito de superá-las, a maneira mais indicada é começar a ter uma boa preparação pessoal com olhar pesquisador e a arrecadação, o quanto antes, de recursos financeiros.

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