segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

justificativa



JUSTIFICATIVA

A produção artística na floresta amazônica é um dos grandes destaques da cultura brasileira. O Festival Folclórico de Parintins é uma realidade da Amazônia e, sendo um tema atual, aparece como um dos maiores representantes desse fazer artístico, englobando a vida amazônica como um todo. Rituais, crenças, lendas, costumes, danças, imaginário, etnias, o caboclo, enfim, o cotidiano amazônico visto no espetáculo dos bois parintinenses é de fundamental importância para a difusão e estudo da referida manifestação. Nos dias atuais, o festival é visto como um dos maiores do mundo tratando-se de representação folclórica, dando ao Brasil uma maior dimensão de conhecimento e detenção de cultura e arte, o que, necessariamente, precisa ser valorizado, por ser um dos fatores que compõem nossa identidade cultural.

O espetáculo que é o Festival Folclórico de Parintins tem se tornado alvo de inúmeros pesquisadores que buscam analisar, compreender, avaliar e abordar tal manifestação como uma das mais ricas e singulares formas de expressão dos povos amazônidas. E exatamente no momento em que cito a Amazônia, nesse âmbito de uma apaixonante e plural expressividade, é que insiro o grande desejo pessoal de mergulhar mais profundamente nesse universo cultural; Cultura esta da qual faço parte e tive a felicidade de experimentar muitas de suas infinitas manifestações, sendo impregnado, seduzido por um emaranhado de rituais, lendas, mitos, crenças, danças, gastronomia, imaginário, gente, causos e encantos desta que considero a minha floresta encantada. Esse encantamento também desejo levar ao mundo. Explorar, descrever, explicar a Amazônia através do Boi de Parintins e sua espetacularidade folclórica é também mostrar de que forma os povos desta região habitam este espaço no tempo. Sua vida, seu cotidiano se expressa de maneira abrangente em um espetáculo que preserva os costumes da terra, o folclore do boi e apela pela preservação da natureza.

No contexto acadêmico, o estudo das práticas espetaculares, a cargo da Etnocenologia, é um dos eixos norteadores que justifica esta produção acadêmica, juntamente com a imensa fascinação pelo extraordinário imaginário amazônico. Torna-se profícuo abordar este assunto pela ampla sucessão de informações que ele nos traz acerca dos fazeres amazônicos, não apenas artísticos como também sociais, políticos, religiosos, econômicos e culturais, pois são reflexos nas ressignificações apresentadas a cada ano pelas agremiações de Bumbás, sendo que através dessas informações podem-se perceber as transformações recorrentes na região, informações estas de extrema importância para os estudos etnocenológicos, antropológicos, semiológicos, performáticos, enfim, englobando toda uma questão sociocultural.

Tratar-se-á de um assunto relevante, principalmente, à classe artística das danças folclóricas, pois apresentará uma visão crítica acerca da espetacularidade do festival e da arte amazônica expressa no seu mais soberano colosso, na sua plenitude cultural. Enfim, como fator de relevância social, uma das principais contribuições é a valorização. O Boi de Parintins tornou-se uma das maneiras mais sólidas, mais vistosas e únicas de se propagar o viver amazônico, orgulhosamente, aos olhos do mundo. Quebra-se o antigo paradigma de que a floresta e o caboclo são incapazes de produzir grandes trabalhos artísticos, ao mesmo tempo em que há a união em prol de um nossos bens mais preciosos, se não o maior, a natureza ambiental e a natureza cultural do homem, bens estes da qual todos, vitalmente, dependemos.