segunda-feira, 4 de março de 2013

Referências bibliográficas


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Cronograma



ATIVIDADES
MÊS/ANO
Apresentação perante a banca
Entre Maio e Julho de 2015
Estudo do Texto
Maio/2015
Correção dos aspectos apontados na revisão
Abril/2015
Revisão do texto
Março/2015
Conclusão da redação
Fevereiro/2015
Redigir o trabalho
Setembro/2014 a Fevereiro/2015
Seleção e organização do material obtido
Julho a Setembro/2014
Pesquisa de campo: Viagem a Parintins
Junho/2014
Esboço inicial da redação
Maio/2014
Pré-seleção de material
Janeiro a Abril/2014
Pesquisa bibliográfica, documental.
Agosto a Dezembro/2013
Pesquisa de campo: Viagem a Parintins
Junho/2013
Início da pesquisa
Maio/2013
Confecção, entrega do Projeto de pesquisa.
Março/2013

Plano preliminar / Sumário provisório


Introdução
De onde vem o boi?
O Boi-Bumbá no Brasil: breve histórico
O Boi de Parintins, o boi da Amazônia
Festival Folclórico de Parintins
“É Caprichoso ou Garantido?”
Os itens do Boi de Parintins
Organização do conjunto folclórico
A espetacularidade da Organização do conjunto folclórico no Boi de Parintins
A espetacularidade do Boi e o fator socialização
Da espetacularidade na Amazônia para o mundo
Conclusão
Referências bibliográficas
         Anexos


Metodologia


 
Como prática espetacular, o Festival Folclórico de Parintins na sua plenitude artística, a Organização de seu conjunto folclórico, aparece como fenômeno cultural representante da vida cotidiana e imaginária do homem amazônida. Através dele podemos verificar a dimensionalidade fenomenológica da cultura local e sua conexão com o mundo por meio de um fator que age como ponto de socialização: a estética harmoniosa do conjunto folclórico. Seguindo o pensamento de Paes Loureiro, é da atitude atenta de observar aquilo que nos prende a atenção (o espetáculo) e da convivialidade de todos os que constituem o festival ao naturalismo da vida cabocla e sua socialização, que remeto o método fenomenológico para ser utilizado nesta pesquisa e mostrar a espetacularidade do conjunto folclórico no Boi de Parintins tal como ela é.

A espetacularidade do conjunto folclórico no Festival Folclórico de Parintins visa ser uma pesquisa no campo das artes que contribua significativamente para o avanço e desenvolvimento do conhecimento teórico a respeito das Artes do espetáculo, dos Estudos da Performance e das Danças folclóricas brasileiras. Do ponto de vista de sua finalidade maior, que é analisar tal espetacularidade folclórica, parte-se do princípio de que se tratará de uma pesquisa científica básica, pois o que se quer propiciar é uma evolução das informações teóricas acerca do tema.

Do ponto de vista de suas especificidades, tratar-se-á de uma pesquisa de cunho exploratório, pois irá procurar descobrir, pesquisar, analisar estudando a diversidade e imponência da espetacularidade do conjunto folclórico no Boi de Parintins; Irá se desenvolver a partir de uma exploração analítica do espetáculo. Para isso, faz-se necessário uma descrição densa dos elementos que constituem tal manifestação, de sua diversidade e importância. Logo, uma descrição minuciosa e crítica, expondo as características espetaculares e performáticas da organização do conjunto folclórico são indispensáveis para que também se trate de uma pesquisa de cunho descritivo. E para um melhor entendimento, torna-se profícuo o uso de um método que elucide e que torne inteligível, mais claro, essa espetacularidade como fenômeno cultural, fazendo com que esta pesquisa também seja de cunho explicativo, pois interpretará, explicará a espetacularidade presente no Boi de Parintins.

Tratar-se-á também de uma pesquisa qualitativa, pois irá se analisar as propriedades, os atributos, as condições dos elementos que constituem e distinguem a espetacularidade do conjunto folclórico, aspectos estes que lhes determinam sua natureza cultural.

O Festival Folclórico de Parintins, no Amazonas, realiza-se nas últimas noites de junho, encerrando a quadra junina parintinense. O espetáculo apresentado no Bumbódromo Amazonino Mendes é fruto de meses de dedicação, prazer e trabalho dos integrantes e torcedores da Associação Folclórica Boi Bumbá Caprichoso e da Associação Folclórica Boi Bumbá Garantido. Parintins, fazendo parte do arquipélago tupinambarana, torna-se uma das ilhas mais procuradas no mundo nessa época. Relatos sobre a festa dos bois rodam pelo mundo todo através dos noticiários, agências de turismo e mesmo estudos e pesquisas culturais. Um extenso registro desta manifestação espetacular já foi produzido, gerando até inúmeros trabalhos de cunho teórico-técnico-científicos.

Para esta pesquisa, terão grande importância as obras bibliográficas e documentos já existentes sobre tal Festival, especialmente acerca de sua espetacularidade, partindo assim de uma análise detalhada das referências, contornando e esmiuçando o assunto pesquisado, realizando-se uma pesquisa bibliográfica consistente; A pesquisa documental também será um dos procedimentos utilizados durante a realização do trabalho. Mas não somente bibliografias e documentos, artigos, periódicos, livros, fotos e vídeos deverão embasá-la; Pelo fato de o Boi de Parintins se tratar de uma manifestação espetacular que acontece num determinado espaço e num determinado tempo, faz-se necessário, para se dá maior comprovação aos fatos, de uma detalhada pesquisa de campo. Indo á campo, torna-se mais possível verificar e confirmar as afirmações acerca do assunto trabalhado ou confrontar as informações já obtidas anteriormente, chegando-se a uma nova conclusão e expondo um novo ponto de vista, além de se obter informações com os próprios elementos que compõem o estudo, fazendo-se um levantamento de dados que comprovem com veracidade o que a pesquisa quer esclarecer.

Para que este levantamento será utilizado variadas formas de coletas, como questionários, roteiros de entrevistas, aparelhos (câmera, gravador, etc.), diálogos reflexivos acerca do assunto e outros. As fontes da pesquisa serão obtidas por esses métodos e através do embasamento teórico em autores que dialoguem com as Artes do espetáculo, dos Estudos da Performance e da Cultura Amazônica, entre os quais cito Armindo Bião e sua vertente etnocenológica, Richard Schecnner e a Performance e, complementando, Paes Loureiro para o entendimento sobre a cultura dos povos amazônidas.

Por limitações entende-se que se trata da existência de desafios, mas superar os obstáculos significa vencer esses desafios. As limitações a serem enfrentadas por esta pesquisa devem-se, principalmente, ao espaço geográfico. Parintins é uma ilha localizada no rio Amazonas, no estado do Amazonas, limitando-se com o Pará, sendo que o município paraense mais próximo da ilha é Santarém, na outra extremidade de nosso estado em relação a nossa capital, Belém, onde o projeto da pesquisa está sendo desenvolvido. O meio de transporte mais utilizado na região é o fluvial, que chega a durar dias; Também se tem por opção o transporte aéreo que, geralmente, se dá até Manaus, capital amazonense, de onde, novamente, o meio fluvial é inevitável para se chegar a Parintins.

Outro limite que também vale ser ressaltado, indiscutivelmente, é o de ordem financeira, do qual sem este recurso a pesquisa de campo poderá não ser realizada, sendo ele de extrema importância para passagens, alojamento, mantimentos, entradas no bumbódromo, etc. O tempo disponível também tende a ser um fator de impedimento, pois o Festival ocorre apenas uma vez por ano, lembrando que o resultado da pesquisa já deve ser apresentado em dois anos, dois anos e meio no máximo. Estas são as maiores limitações, de ordem externa e pessoal, que a pesquisa enfrentará. Com o intuito de superá-las, a maneira mais indicada é começar a ter uma boa preparação pessoal com olhar pesquisador e a arrecadação, o quanto antes, de recursos financeiros.

Estado da Arte



Atualmente o Festival Folclórico de Parintins é visto como uma das maiores representações folclóricas do mundo. Sua expressividade cultural é tão notável que eventualmente é confundido com a própria folia de Momo. Mas, apesar de terem semelhanças, trata-se de conteúdos e estruturas bem diferentes. Misturando elementos de artes distintas, o Boi de Parintins assume uma estrutura bem complexa em relação ao mundo da linguagem artística, levando em consideração que seus componentes agem de forma “cotidiana” e “extra cotidiana” sem se afastarem muito de sua realidade. A vida que levam naturalmente enquanto habitantes caboclos da região ganha ressignificação para o conteúdo do espetáculo no bumbódromo, ou seja, dançam para si próprios o seu viver.

Sobre as performances executadas durante a apresentação do boi na arena, o professor e doutor Ricardo Biriba (2008), da UFBA, afirma, que “na performance do Boi-Bumbá, o brincante constitui um elemento autônomo e permanente. Os seus gestos, movimentos e expressões, refletem e representam a sua vida cotidiana.” Assim percebe-se que, inevitavelmente, brincante, boi, ambiente e conteúdo complementam-se como componentes de pura definição do espetáculo. O brincante dá vida ao espetáculo, ao boi. É o que diz John Cage (1981):Eu sou uma obra de arte.” O artista sente-se a própria arte, dela não se separando. Arte e vida confundem-se como fazer artístico consciente de uma realidade cotidiana, “arte na vida e vida na arte”.

Seguindo a linha de Schecnner, Biriba diz que “o certo é que a vida se constrói com uma série de performances”, performances estas que são expressas das mais variadas formas. E o Boi de Parintins apresenta-se com esta mistura performática. Entretanto, é bom lembrar-se que em meio a esta mistura que dá vida ao evoluir espetacular coletivo dos bois, existem particularidades. Subjetivismo e objetivismo. Cada brincante é um brincante com uma teatralidade cotidiana própria. Cada um tem seu jeito de ser, de torcer, de se vestir, de dançar, de viver. Como diz Biriba, “os brincantes não fazem de conta que riem ou que choram, ou que cantam... Cada um é único e verdadeiro.” Isto ganha destaque na Organização do conjunto folclórico, momento em que estão dispostos na arena todos os itens e sua diversidade é contemplada como forma de espetáculo. Armindo Bião, a respeito da espetacularidade, em seu livro Etnocenologia e a cena baiana: textos selecionados (2009), diz que:



De fato, em algumas interações humanas – não em todas - percebe-se a organização de ações e do espaço em função de atrair-se e prender-se a atenção e o olhar de parte das pessoas envolvidas. Aí, então, de modo – em geral – menos banal e cotidiano, que no caso da teatralidade, podemos perceber uma distinção entre (...) atores e espectadores. (BIÃO, 2009, p. 35)



“A espetacularidade nos bois-bumbás vivencia o desenvolvimento corporal em comunhão com a plástica dos objetos, da forma, do espaço, do movimento, da dança, da luz e da cor, integrados ao tempo e à música, num só momento.” A afirmação de Biriba (2008) lembra a definição do item Organização do conjunto folclórico, segundo o regulamento do concurso de Bumbás de Parintins, a reunião de todos os itens e sua diversidade. Este conjunto folclórico na apresentação dos bois de Parintins torna-se o meio pelo qual todo o trabalho dos artistas, em geral, é apreciado como aquilo que chama atenção e prende o olhar, o espetáculo. O conjunto folclórico, a estética do belo, do espetacular torna-se ponto de encontro de todos os que constituem o Festival Folclórico de Parintins, direta e/ou indiretamente, fazendo com que o espetáculo torne-se um ponto de encontro de culturas, um fator de socialização, ao qual Paes Loureiro (2001) refere-se como “uma realização física e social da arte criadora de uma convivialidade na qual o estético é vetor de sociabilidade, reveladora de uma real emoção estética e afetiva da coletividade.”.